domingo, 23 de abril de 2017

aqui e ali

Então tá: olha eu aqui de novo!
nem parece que sinto falta desse espaço.
Mas sinto.


Tem dias que os dias bem que poderiam ter pelo menos umas 30 horas ao invés das frenéticas 24...
Eu realmente queria ter mais tempo para escrever sobre tudo o que passa aqui dentro.
Porém, já que o tempo de escrever é escasso, eu aproveito para ler, quando posso, é claro. Porque na maior parte do tempo estou planejando aulas, cumprindo as tarefas diárias da profissão de professor, lendo artigos e corrigindo provas e trabalhos que nunca terminam. Ser professora era mesmo tudo o que eu realmente queria, tudo que eu sempre quis. Mas tem dias que eu não vivo para poder viver a docência...
Como diria a canção que não é do Gessinger, mas é do Anitelli: "me mato pra não morrer".

Eu olho para trás, observo minha formação inicial. Eu era só uma caloura assustada achando que o único caminho a seguir seria a academia de ginástica e o ensino básico. Jamais imaginaria que eu chegaria até aqui, e ainda quero mais, quero muito mais, esse é só o início da minha carreira e embora eu já me sinta cansada, eu quero mais. 

Me pego às vezes fazendo exatamente tudo o que condenei em alguns professores da minha graduação. E eu prometi que seria o oposto deles, prometi que eu seria eu mesma, com toda essa humanidade correndo em minhas veias, com todo amor que Paulo Freire acreditava que os professores deveriam ter. Mas o conflito existe. As exigências do mundo do trabalho são imensuráveis e ainda querem por fim à nossa aposentadoria. Pra completar: me sinto feliz ao detectar novas linhas de expressão em meu rosto. Os 30 estão chegando com toda força, e as costas doem, os pés não suportam mais ficar tanto tempo em cima de sapatos de salto alto... 

A vida tem sido uma correria. Mas não tenho do que reclamar: meus pais estão vivos e com saúde, meu irmão em breve se tornará doutor, o primeiro doutor da família, e ele só tem 27 ainda...

E eu... eu sou professora universitária. Um misto de Leo, Cris e Pimenta; Zel, Bracht e Caparroz; Lino, Suraya e Freire; Marx, Gramsci e Adorno; Gessinger, Anitelli e Lispector.