terça-feira, 18 de novembro de 2014

Livros: um estilo de vida


"Há o hábito de pensar que se entra numa
biblioteca para procurar um Livro.
Não é verdade. Sim, por aí se começa, mas o
que na realidade se busca é a aventura."
(Umberto Eco)

A proposta inicial para o título deste texto foi 'Livros: uma paixão'. Mas sempre ouvir falar que paixão é passageira. E isso que eu sinto por livros vem sendo construído em mim desde quando eu era uma criança, quando minha mãe lia histórias para mim, antes de dormir, ou quando na biblioteca da extinta escola, aos 12 anos eu me perdia naquelas prateleiras o que me fazia chegar atrasada na grande maioria das aulas - principalmente, as de exatas, já que nunca fui boa com números, ao contrário das letras...
Tenho uma relação com livros que é complicado descrever. Não porque eu não saiba dizer, mas porque esse sentimento vai muito além da minha compreensão. Há uma sinergia, uma enorme sintonia, de tal forma que em meio aos livros eu me sinto em plena harmonia. Tenho a impressão de que não os escolho. Eles é quem o fazem quando me vêm. E então começa a aventura: o cheiro, o toque, o olhar. Falando assim, a sensação que eu tenho é de que os livros me lembram pessoas, talvez por eles terem sido produzidos por pessoas, mas se fosse assim seria muito simples de entender, já que este computador aqui também foi produzido por pessoas. Mais que isso, a própria natureza, que embora não seja uma produção humana, de alguma forma também nos remete a humanidade. Olha que coisa mais complexa de se exprimir...
Mas, voltando ao fato dos livros me lembrarem os seres humanos, acabei de recordar uma frase do Paul Valéry que diz: "Os livros têm os mesmos inimigos que o homem: o fogo, a umidade, os bichos, o tempo e o próprio conteúdo". Eu poderia terminar tranquilamente este texto por aqui. Mas ainda não disse tudo o que eu pretendia quando mudei o título. Afinal, eu não sou só uma apaixonada por livros. Meu sonho de consumo não é só ter uma biblioteca em minha casa. Livros não são só uma extensão dos meus braços e mãos. Eu sei que parece confuso, sei também que não serei suficientemente explícita em minhas palavras, mas a verdade é que eu sinto que os livros representam para mim um estilo de vida. Bibliotecas me fascinam e eu começo a desconfiar que há algum elemento no meu DNA que também está presente nos livros. Não é possível! Tem de haver alguma coisa que nos liga, porque eu e os livros parece o imã e o ferro.
Ler não é só um lazer, não é só um hobby, não é só uma descontração. Ler, para mim, é necessidade, é como beber água, como a comida de cada dia ou como este ar que respiramos. Livros, para mim são como os raios de sol que nos iluminam, nos guiam e nos mostram os caminhos que devemos seguir. E neste momento eu penso que o livro foi a mais importante produção humana.
Definitivamente,o título ficou bem melhor assim, porque minha paixão por livros há muito se transformou em estilo de vida.
Então, vamos ler!
Porque ler também é viver! ^^

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

felicidade plena

Blogueira anônima que sou, não deixo de acompanhar blogs, textos e poemas de pessoas muito mais talentosas, criativas e competentes que eu na arte da escrita, na arte de traduzir os sentimentos que o coração produz...
Esses dias estive só de passagem por um blog... Assim, como quem não quer nada, só por conta do títuo do post encontrado em algum momento de descontração numa rede social qualquer e então me deparei com um tal de Cartas para Helena. Fiquei absolutamente fascinada com uma postgem em que a autora fala sobre a liberdade que queria para sua filha, liberdade plena ao ponto de desejar para sua filha não apenas o que estava limitado socialmentee para ela, mas uma liberdade tão profunda que fosse possível sua filha escolher ser quem ela quisesse ser! Sem amarras, sem limitações, sem julgamentos e imposições.
Isso é tão lindo!
Imagine só uma mãe dizer para sua filha ainda bebê:
"Helena, você pode ser menino se quiser".
http://cartasparahelena.wordpress.com/2014/03/30/helena-voce-pode-ser-um-menino-se-quiser/
Por alguns instantes imaginei minha mãe me dizendo isso. Mas, definitivamente, nem no sonho ela me diria uma coisa dessas, até porque católica, tradicional e firme em suas convicções do jeito que ela é, isso seria bem impossível de se acontecer.
No entanto, apesar disso eu a entendo, a comprendo, a respeito e a amo e a amarei todos os dias de minha vida do mesmo jeito, nesta vida e na próxima...
Mas o fato é que este texto mexeu muito comigo: eu que amo a liberdade, eu que aspiro um mundo no qual as diferenças de gênero, sexo, cor, credo, classe sejam superadas e ignoradas, porque pouco importa ser homem, mulher, homossexual, trans, poli, rico, pobre... e por aí vaí. Então, me pergunto se algum dia a humanidade viverá em liberdade, numa liberdade tão profunda, tão concreta, tão absoluta que as pessoas poderão amar sem medo... Simplesmente amar. Parece lindo, não é mesmo? Porém, no momento esta imagem é só um vislumbre, é só uma miragem...
Mas, há pessoas como a Paola Rodrigues, que escreve com a alma e ama sua filha com todo amor que há no mundo, um amor tão puro, tão profundo que ela é capaz de dizer sem recios:
"Só quero te deixar claro, querida, você pode ser um menino, uma menina, algo entre um ponto e outro, uma flor, um pedaço de nuvem, um peixe com pés, tudo que você quiser, desde que seja uma pessoa de opinião própria. Prefiro que você reflita sobre tudo e me conte sobre sua decisão, do que seja a garotinha perfeita e de sucesso da mamãe".
 Esse amor é infinito, ultrapassa as barreiras do preoconceito, da lógica e da estrutura da sociedade machista na qual vivemos e por isso mesmo é o maior amor que há no mundo.
Sim, eu não quero ser mãe. Cada vez mais me convenço disso. Mas, não, eu ainda não perdi a fé na humanidade. E é por causa de pessoas como essa notória blogueira que eu acredito num mundo melhor, mais livre, mais cheio de amor, enfim, num mundo em que a felicidade de ser quem é, de amar quem se quiser, já seja o suficiente. Lembro que Clarice Lispector escreveu uma vez que: "Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome". Tenho a leve impressão que talvez essa seja a coisa sem nome a que ela se referia...
Tanto para a Helena, filha da Paola, quanto para as Helenas filhas de todas as outras mulheres que existem no mundo, é este o meu desejo: que elas tenham vida, mas vida em abundância, e essa palavra ainda sem nome, mas que eu ouso traduzir em felicidade pelna.



quinta-feira, 13 de novembro de 2014

talvez, amanhã*


Não. Hoje não.
A maré não está pra peixe.
Nem as palavras para este texto.

Hoje está um dia sombrio, voltou a chover...
E as palavras insistem em desaparecer.
Ratifico: hoje não tem como escrever!

Amanhã, talvez...
Quem sabe as palavras surjam de uma vez...
E me façam esquecer que hoje eu fui um bordão, um mero clichê!

Que coisa é essa? rasa, rasteira, barata, vaga...
Sobra rima, mas falta palavra.
Essa minha poesia de tão rala só precisa de uma coisa:
uma nova alvorada!

É, hoje não dá para disfarçar:
o mar não está bom para se banhar...
Nem adianta tentar embarcar!
Estas poucas palavras não vão deixar...

Talvez, amanhã eu consiga pular;
pode até ser que eu vá nadar...
quem sabe até mergulhar...
Mas, hoje, não adianta nem orar,
porque antes de cair no mar 
a chuva vai se encarregar 
de tudo molhar, 
de tudo lavar, 
de nos purificar!
Por hoje é só, vou deixar passar a ventania*

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

azul da cor do céu...



O temporal passou.
Novembro, enfim, chegou!
E eu estou viva, parece até ironia...
Mas, então aqui estamos: o verão chegando, o sol brilhando e no céu... nenhuma nuvem, nem de passagem!
Sinal de que a chuva não pretende voltar tão cedo. Ela cumpriu sua missão: lavou tudo, jorrou incessante como aquelas minhas lágrimas de outrora. Boa viagem!
Não só a temperatura está agradável agora, a minha alma também... Adeus, friagem!

É muito interessante como esse ditado bíblico faz sentido: "o choro dura uma noite, mas a alegria vem pela manhã"... E eu penso no motivo para que isso aconteça: será que é o sol? o céu azul, ou será que isso acontece apenas por causa deste sorriso no rosto provocado ao perceber que tem muito mais gente do que eu e você imaginamos? São estas pessoas que incessantemente estão ao nosso lado, apesar, inclusive, da distância geográfica, será que é por causa delas? O que será? O que seria? Me arrisco a dizer que é e ponto. Não tem explicação...

E por falar em não ter explicação: que tal seguir o coração?
Apesar dos medos, dos temores, e de todas as dores...
Oi, novembro azul, seja bem vindo! Meu Lindo!
Não me surpreenda, não precisa carregar esse fardo contigo...
Deixa que eu mesma me viro!
Tenho certeza que vou te surpreender...
Comecei bem, não é mesmo?
Se não, tudo bem também...
Contra toda expectativa, contra qualquer previsão*
Olha eu aqui, erguendo minhas mãos...
Com a alma lavada e o coração inteiro.
Não se preocupe mais...
Estou mais forte agora, só não abuse:
Por favor, não leve embora quem me trouxe esse sorriso de agora.

E que o sol brilhe, o céu se pinte de azul, e que se misturem: o norte e o sul! ^^