segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

eu, professora (universitária)


Quando eu era criança, adorava brincar de 'escolinha' e na brincadeira eu era a professora, aquela que tentava ensinar/entender os alunos (ursos, bonecas, desenhos, quadros)...
Hoje, na idade adulta, não consigo me ver em outro ambiente que não seja este: a universidade.
Fico encantada quando, mesmo quem não são meus alunos me chamam de 'professora'. E eu penso: "Meu Deus! Que nome lindo de se chamar! Se eu não fosse professora, daria um jeito para ser, pois é aqui que me reconheço, é aqui que me encontro e me conheço, me embebedo, me encanto e surpreendo".
Não há nenhum outro lugar do mundo que eu gostaria de estar agora, a não ser aqui, estou exatamente aonde eu gostaria de estar, aonde eu sempre quis estar!
Minha profissão é linda, é estimulante, é desafiante, é vibrante, e muito emocionante: não sinto o cheiro de éter, embora há muito suor por aqui, mas eu ainda prefiro que seja assim... Não tenho que fazer cálculos, embora seja necessário saber calcular o IMC (mas, e daí, isso é o de menos, imagine se eu tivesse que fazer cálculos de outras magnitudes?!)...
A Educação Física me salvou, embora às vezes eu tenha sérias e graves dúvidas a respeito de se é realmente isso o que quero, mas a dúvida é o preço da pureza e é inútil ter certeza* já dizia o Agagê...
De qualquer forma a docência me perseguiria, se eu tivesse feito Letras (por que não fiz, afinal? já que o que eu mais gosto de fazer é ler?), Biologia ou História, eu seria professora. Na verdade, desde criança eu fui professora, eu só poderia me tornar professora... Advogada, não mais!
Não há nada que eu queira tanto no mundo como a docência. Eu me realizo com meus alunos, o brilho dos olhos deles me faz ter esperança num mundo melhor, me faz acreditar que é possível, que nada está (nem poderia) perdido...
Ser professora eu já sou, agora só me falta ser professora universitária, este é o meu objetivo de vida, de mundo, de esperança... E que neste espaço eu construa e ajude os meus alunos a construir muitas e muitas outras dúvidas, questões que só o tempo poderá responder, enquanto isso eu vou saboreando o gostinho especial de ser chamada de "professora", dessa vez, não no quarto onde eu brincava quando criança, mas agora na universidade - no espaço aonde eu sempre quis estar ;)

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

2013 foi embora...


2013 se foi e o primeiro mês do ano de 2014 já se findou também...
O tempo passou tão rápido que eu mal pude sentar para digitar essas palavras (elas estavam apenas em minha mente, mas quem poderia saber, além de mim?)
2013 se foi e com ele foi-se também meus medos, meus anseios, minhas angústias, minhas saudades que só fazem aumentar, me atormentar, me acariciar...

Tudo mudou, mas continuou do mesmo jeito: eu mudei e continuei sendo eu mesma (Clarice Lispector já falou sobre isso) ...

2013 foi o ano de mudar e continuar tudo igual. Pois é, como pode?

Eu saí de lá do meu plácido interior em direção ao litoral, à capital (de outro estado). Mudei de estado, mudei de casa, mudei a rota para a universidade e a rotina de estudos... mudei tanto, que pensei que iria ficar muda! Mas não mudei minha visão de mundo, não mudei de sonhos e princípios. Claro que o peso da idade me fez mudar muito, os anos passam e o amadurecimento começa a me assolar, me asseverar, me assegurar.

2013 foi o ano de me dedicar, de ler, de estudar e de duvidar.

Eu queria tanto o mestrado que em nenhum momento me questionei se eu daria conta, se valeria à pena, se eu iria suportar, se era isso mesmo que era para ser... Isso só foi acontecer depois de muito tempo... Quando eu parei para pensar: já estava com metade do caminho andado, agora é terminar a outra metade (odeio deixar as coisas pela metade, ou é tudo ou é nada, não sou adepta do meio termo - vestígios do radicalismo exacerbado de quando eu era adolescente).

2013 foi embora e eu nem conheço Vitória direito, continuo me sentindo uma estrangeira em meu próprio país. Sou passageira de algum trem, que não passa por aqui, que não passa de ilusão*

Descobri que antes de ser brasileira, sou nordestina e sou baiana. Passei 26 anos da minha vida acreditando no contrário (eu costumava falar: "Oxente, para que isso, guria, uai, tchê, visse" tudo na mesma frase  só para dizer que se eu sou brasileira e, por isso mesmo eu poderia sim usar expressões de diversas regiões do meu país). Mas me enganei! Quanto mais tempo eu fico no Espírito Santo, mais eu falo 'Oxe', mais eu deixo de lado as outras expressões... mais eu me sinto baiana (do interior, por favor!). E a vontade de voltar para minha terra, para meu cantinho, meu lar, só aumenta, só agoniza, só arrasta e atenua.

Quando 2013 começou eu desejei: "Que este ano passe bem rápido para que eu possa voltar logo". E o Senhor do tempo atendeu ao meu pedido. Agora eu quero que 2014 apenas seja um ano bom (meio complicado pedir isso num ano de Copa do Mundo e de Eleições). Mas, enfim, se eu acredito na mudança, porque o ano que já chega ao 2º mês não pode ser bom? No que depender de mim, 2014 continuará sendo um bom ano para se guardar na memória, com carinho e saudade ;)