sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Passado... que não passa!


Eis-me aqui de novo, final de tarde, final de semana, (quase) final de mês, final de ano...

Continuo falando do passado que me vem à memória trazendo consigo um peso insustentável, uma aflição inenarrável, um pensamento incontrolável e um fato imperdoável...

Você vai me dizer que passou, que o passado não volta e  que quem vive de passado é museu.
Mas, eu te digo, com o coração na mão como um refrão de bolero* que o que sou hoje é resultado do que vivi no passado. Então, não me peça para esquecê-lo, não me peça para apagá-lo, nem tampouco ignorá-lo. Costumo dizer que tudo o que sou são os livros que eu li, as músicas que ouvi e as pessoas que conheci. E entre esses fatores tão importantes em minha vida estão todos inter e intra relacionados. Portanto, a literatura me conduzirá ao passado, as canções me levarão para tempos remotos, do mesmo modo que as pessoas que mesmo distantes, mesmo ausentes, mesmo levadas à diante me farão olhar para trás.


Me dou conta que 10 anos se passaram e se eu pudesse apagar tantos erros que cometi no passado faria sem receios. Se eu pudesse voltar essa década, faria tudo totalmente diferente, eu mudaria tudo, inclusive não mudaria a opinião que tenho sobre mudanças. Afinal, elas sempre existirão, sempre existiram...
Me vejo tão presa ao passado, tão acorrentada a este não mais estado de latência, de vivência, de experiência... Estou imensamente ligada e conectada ao meu passado de tal forma que quando fecho os olhos, em questão de segundos, a imagem que me vem na memória são resquícios do que eu deixei para trás, que volta e meia me aparece, me adormece, me enlouquece...


A função principal do passado deveria ser simplesmente passar... mas não passa, fica aqui do lado, na frente, olhando junto com a gente para o futuro, relembrando o caminho que se deve seguir para não repetir o passado...
Porque passado não se corrige, não se apaga, não se deleta, nem se esquece, ele faz parte, está em toda parte, nunca parte...

Humberto Gessinger, acreditei tanto na sua canção quando dizia "Se tudo passa, talvez você passe por aqui". Mas ninguém passa, nem o passado passa!
Mário Quintana disse que "o passado não reconhece o seu lugar: está sempre presente".
E talvez isso justifique a minha insistência em falar do passado, em lembrar e recordar e imaginar que se eu tivesse o poder de apagar, de corrigir, de voltar... Mas como não posso, só me resta transformar toda essa agonia em letras, em palavras, em frases soltas, desconexas e sem sentido, afinal nada vai mudar, a única coisa que eu posso fazer é o que faço agora: ter consciência de tudo o que eu fiz para não deixar se repetir...
Ah! Mas se eu tivesse a oportunidade de viver de novo... faria tudo certo dessa vez... e terminaria com essa minha embriaguez!


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