segunda-feira, 25 de novembro de 2013

insônia = escrever poesia ^^


Passei a tarde de sábado me embriagando com a poesia de Ferreira Gullar, e quando fui dormir, meus olhos se recusavam a fechar: só conseguiam enxergar os poemas dele, a sutileza, a leveza, a beleza daquelas letras e então, fiquei (ins)pirada. Claro que nada do que eu fiz, faço ou farei chegará ou chegaria aos pés do poeta mor, mas fluiu, de alguma maneira, pariu! E aqui estão os frutos, os herdeiros, os resultados (catastróficos), mas meus! Com minhas digitais e irracionalidades, com minhas percepções e incredulidades, com minhas limitações e infantilidades, mas ainda assim, meus poemas:

É o cúmulo!

Mas, afinal de contas, o que é viver?
Eu vivo acumulando lembranças, livros, discos, letras, sorrisos...
Mas acumular é viver - ou melhor - viver é acumular?
fotografias, imagens, números, lágrimas...

Acumulo tudo o que vejo pela frente: sabor, odor, música, cor...
Mas não sei bem se isso é viver.
Até que um dia encontrei você! E acumulei uma vontade enorme de viver!
Isso é o cúmulo do acúmulo!


Ponto final?

Eu não te conheço
nem me (re)conheço,
aquele início de história
se transformou nesta fúria.

Digo que tenho medo de te perder
mas o medo mesmo é de desaparecer
da sua lembrança, da sua memória,
de não fazer mais parte do seu agora.

O que eu sinto falta em você
não está abundante em mim,
contradição de esmorecer.
Como posso querer ter
o que não sei ser?

Prolonguei o ponto final,
adiei o máximo possível
que chegasse o momento fatal
mas tudo na vida termina,
morre como tem de ser:
irremediável!


Ponto de interrogação.

Não venha me dizer o que eu tenho que fazer,
nem o que eu preciso saber.
Eu me recuso a entender!
Prefiro sair daqui, me perder...

Não venha para cá me avisar que está tudo bem,
antes do seu aviso, tenho uma advertência a fazer:
a realidade corrói tudo o que passa por aqui, muito aquém
do que sonhamos um dia para viver...

Demorei tempo demais para agir, esperei o desgaste da nossa história
Não há mais o que corrigir, minha única dúvida agora
é saber se ela vai se extinguir ou permanecer em sua memória?



Reticências...

Enquanto eu estou aqui,
o que você faz aí?
Quando eu penso em você,
será que pensas em mim?

Quando o sol se põe,
e a chuva cai,
o que você fez quando eu me fui?
se eu for, você vai?

tenho tantas coisas para te dizer:
Foi um prazer te conhecer!
Foi bom estar com você!
o resto, a caneta não me deixou escrever...

Não foi falta de tempo
- nem de vontade
-nem de coragem
talvez tenha sido apenas o desgaste natural
que me deixou perder você...



Três pontos interligados

Madrugada adentro
e eu aqui dentro.
Música tocando
e eu escrevendo.
Você no seu canto
e eu não canto...

Frases feitas, (ditas e malditas)
palavras soltas (escritas e abolidas)
linhas estreitas (e entrelinhas)
ideias loucas (e enlouquecidas)
Nada faz sentido (só o que estou sentindo)
E você, será que já está dormindo?

Já que estou me embriagando de silêncio, venha tomar uma dose comigo!
Passar a madrugada ouvindo música, sem precisar dizer nada...
Acho que já devo estar sonhando, você tão longe...
e eu aqui te chamando.

(madrugada do dia 24/11/2013)
Adrielle Lopes de Souza ^^

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